sábado, 29 de maio de 2010


A estrela que eu escolhi não cumpriu com o que eu pedi e hoje não a encontrei, pois caiu no mar, e se apagou. Se souber nadar, faça-me o favor, o milagre que esperei nunca me aconteceu. Quem sabe é só você pra trazer o que já é meu.
( O Teatro mágico )
Quanta mudança alcança o nosso ser. Posso ser assim, daqui a pouco não. Posso ser assim daqui a pouco? Se agregar não é segregar. Se agora for, foi-se a hora. Dispensar não é não pensar. Se saciou, foi-se embora. Quanta mudança, daqui a pouco... Se lembrar não é celebrar. Dura-lhe a dor, quando aflora. Esquecer não é perdoar. Se consagrou, sangra agora. Tempo de dar colo, tempo de decolar. O que há é o que é e o que será, nascerá. Nasss... será? Reciclar a palavra, o telhado e o porão. Reinventar tantas outras notas musicais. Escrever um pretexto, um prefácio, um refrão. Ser essência, muito mais. Ser essência muito mais. A porta aberta, o porto, a casa, o caos, o cais. Se lembrar de celebrar muito mais. A poesia prevalece, a essência, a paz, a ciência. Não acomodar com o que incomoda. Vou, vou engarrafar essa dor, vou engarrafar a saudade, vou me embreagar de tristeza. Bendizendo ela vira beleza. Gentileza gera gentileza.
( O Teatro mágico )
De ontem em diante serei o que sou no instante agoraOnde ontem, hoje e amanhã são a mesma coisaSem a idéia ilusória de que o dia, a noite e a madrugada são coisas distintasSeparadas pelo canto de um galo velhoEu apóstolo contigo que não sabes do evangelhoDo versículo e da profeciaQuem surgiu primeiro? o antes, o outrora, a noite ou o dia?Minha vida inteira é meu dia inteiroMeus dilúvios imaginários ainda faço no chuveiro!Minha mochila de lanches?É minha marmita requentada em banho Maria!Minha mamadeira de leite em póÉ cerveja gelada na padariaMeu banho no tanque?É lavar carro com mangueiraE se antes, bem antes, um pedaço de maçãHoje quero a fruta inteiraE da fruta tiro a polpa... da puta tiro a roupaDa luta não me retiroMe atiro do alto e que me atirem no peitoDa luta não me retiro...Todo dia de manhã é nostalgia das besteiras, das besteiras e das besteiras que fizemos ontem.
( O Teatro Mágico )

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